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quinta-feira, 12 de julho de 2012

...


Há dores que não passam, apenas se transformam. Há feridas que não saram, apenas ganham crosta.
Há pessoas que não voltam  mas não se esquecem. Há momentos que não são recuperados nem tão pouco substituídos...
Ainda não fui capaz de te deixar partir definitivamente. Ainda te tenho dentro de mim, ainda choro e sinto tudo o que me deixaste porque isso não tem fim.
Passa o tempo, passa a vida, passa todo o meu ser. Já não sonho, já não quero, apenas deixo acontecer.
Um dia, talvez, o destino incerto e sem conserto, hei-de aceitar, ignorando a dor, dissipando a saudade sem nada dizer...
Há dores que não passam.

JC - Inédito

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dia do Pai


 Hoje foi o teu dia.
O meu primeiro dia "teu" sem tu estares. É claro que foi difícil vivê-lo sem ti... foi mesmo muito difícil!
O tempo tem passado mas eu ainda não me habituei à tua ausência (não sei se algum dia me irei habituar); não me consigo acostumar ao grande vazio que tu deixaste, mal sou capaz de aqui permanecer sem ti: é tudo tão estranho, tão sombrio, tão desprotegido, tão sem sentido...
E à medida que os dias passam, sei que cada vez estás mais distante, que a saudade dói cada vez mais e que cada vez estou mais longe do que queria...
Tal como me recomendaste, tenho continuado a caminhar apesar de os caminhos serem sempre nublados e incertos, abismais, por vezes. Mas estou fraca... cada vez mais fraca. Toda a fraqueza que eu já queria ter ultrapassado é forte de mais para eu conseguir negá-la... para eu conseguir prosseguir sem perder os meus intentos...
O ano passado ofereci-te em mão um postal dizendo que tu eras o meu porto de abrigo; hoje levei-te uma coroa de flores.
O ano passado dei-te um abraço longo e apertado seguido um beijo grande e disse-te o quanto te amo; hoje chorei na tua campa e as saudades deixam-me um nó no peito, porque o amor continua cá dentro.
Hoje já não tenho porto de abrigo numa vida onde tudo se complica e onde todos os que eram suposto honrar os teus princípios estão a afastar-se... 
Sem ti, tudo está longe, desgovernado, abandonado. Até eu.
Sei que é a dita lei da vida; sei que, por natureza, os pais abandonam os seus filhos e partem para não mais voltarem, mas creio que devia existir uma lei que proibisse os pais de morrerem... seria tão mais fácil!!!
Talvez te esteja a desiludir com toda esta minha fragilidade, com todo este abatimento, mas nunca me ensinaste a lidar com a morte e nunca me disseste que ia ser tão doloroso!
Hoje, agora, quero apenas dizer-te uma vez mais o que te disse várias vezes de viva voz: que tu és um pai inigualável, que me orgulho muito do Homem que tu és, que me ensinaste quase tudo o que sou e, sobretudo, que te amo muito de uma forma como só uma filha sabe amar um pai.
E, independentemente do lugar onde tu estás, onde quer que estejas, sabê-lo-ás.
Hoje, foi o teu dia paizinho e eu amo-te!

JC - Inédito

quinta-feira, 15 de março de 2012

Para que serve uma relação:


"Algumas pessoas mantêm relações para se sentirem integradas na
sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas,
para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça.

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com
outra pessoa; à vontade para concordar com ela e discordar dela, para
ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar,
pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de
mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você
prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país
distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos
dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se
produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara
lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas
suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças
que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem
demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num
momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de
melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico,
para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho
e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo,
cientes de que o mundo não se resume aos dois."

Drauzio Varella

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Quereres




Quero falar de sentimentos, de amar e de gostar, de duvidar e de ter certezas, de confiar ou desconfiar, de ser paciente ou não mais aguentar, de querer, de  ter ou não ter, de aceitar, de precisar, de dar e receber, de ter ciúmes, de ser egoísta, de possuir sem se apropriar, de magoar e de sofrer, de ser feliz, de poder fazer alguém feliz, de rir e de chorar, de dar e ter liberdade estando sempre ligado...

Quero dizer dos silêncios e das palavras não ditas, de conversas e de sinais, de acenos e de mensagens subliminares, de diálogos e de monólogos, de solilóquios inventados, de humores oscilados, de sussurros e de pedidos, de promessas e de compromissos...

Quero conversar de gestos e de afagos, de carinhos e de sussurros, de carícias e de afectos, de beijos e de abraços, de desejo, de partilha, de prazer, de fusão, de unidade, de profusão de sentidos e sentimentos...
Quero contar as presenças e as ausências, o caminhar passo a passo, lado a lado ou em sentidos opostos...

Quero proferir palavras sobre projectos e sobre decisões reflectidas mas sempre difíceis porque implicam escolhas que podem ou não ser racionais...
Quero ainda falar do tempo, do tempo que é necessário, do tempo que é sempre escasso, do tempo que já nos levou mais de meia vida, do tempo que nos consome e até do tempo que ainda nos resta... dando tempo ao tempo... o tempo que a minha ainda impaciência me diz não ter...

Quero conversar sobre os meus e os teus quereres, sobre os meus e os teus mereceres, sobre os meus debilitados laivos de sonhos e sobre as tuas racionalidades... Mas, acima de tudo, quero falar de mim e de ti, do que nos aproxima ou afasta e de tudo o que é possível fazer para convergirmos no mesmo ponto.
Quero, simplesmente, falar de amor sem delimitar a sua fronteira, ou então, considerar que és tu essa fronteira, sem proferir nomes, sabendo que tu és o verbo e tu és, indubitavelmente, "O" nome, apesar de todos os pesares...

Quero apenas isto no silêncio e na quietude dos nossos seres descobertos, porque o amor comanda a Vida. Vamos então falar?

JC - Inédito


domingo, 28 de agosto de 2011

Adeus pai!!



Sempre estiveste ao meu lado, nos bons e nos maus momentos... mesmo naqueles em que todos me julgaram, me difamaram e viraram as costas como se eu fosse uma condenada... E nesses, tu não desististe de mim, apoiaste-me e deste-me o teu amor e ainda demonstraste orgulho na pessoa que eu sou.
Julgavas-me tu, por vezes, de outra forma,  num tom baixinho e silencioso, só entre nós, sem ninguém ouvir, para que eu conseguisse entender o que se passava, crescer e tornar-me uma pessoa maior e melhor.
Também soubeste ensinar-me a defender-me, quando é necessário. Soubeste fazer isso, e muito mais.
Ensinaste-me o que é a Justiça, a Seriedade, a Verdade, a Integridade e a Honestidade. Demonstraste-me o valor da Liberdade e do Respeito... por mim e pelo próximo.
Mostraste-me que a vida, a maior parte das vezes, é amarga e dura... mas também me ensinaste que, mesmo assim, é preciso lutar, continuar a perseguir os nossos objectivos.
Ensinaste-me a saber fazer muito, mesmo tendo pouco e a ser grande, independentemente do meu tamanho. Sempre me disseste que valho pelo que sou, e não pelos bens materiais que possuo e exibo.
Quiseste manter-me longe da Vaidade mas mesmo assim aprendi a ter brio em mim... e, aos teus olhos, eu surgia-te sempre bonita. Elogiavas-me de forma discreta mas fazias-me sentir a mulher mais linda do mundo!
Mas também me ensinaste a rir e a brincar até com as situações menos boas da vida.
Provaste-me muitas vezes que o humor nos pode ajudar em muitas ocasiões e que a atitude positiva é fundamental.
Hoje sei que tudo isto só foi possível devido ao teu  infinito e incondicional  amor paterno.
Partiste. Chegou o final da tua jornada por aqui. Fico mais pobre, sem duvida e o meu coração minguou ... mas, quando esta dor cruel mitigar, sei que ele vai insuflar de novo com todo o amor que tu me deste, me deixaste e que eu sinto e sentirei por ti para todo o meu sempre.
Vou tentar acreditar que partiste para um lugar melhor, onde a "luta" diária pela vida não seja contínua e intensa e onde tens, descanso, Luz e muita Paz.
Por isso meu querido pai, aqui fica expressa a minha sentida despedida, o meu "Adeus", o meu agradecimento e o orgulho que eu sempre tive em ti. Ser tua filha foi um privilégio e uma bênção.
Adeus meu querido pai! Descansa em paz!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Liberdade



Voltaste, embora nunca tenhas partido
Não quiseste as portas abertas
Nem a liberdade que te dei
E escolheste ficar comigo
Na prisão com que sonhei.
Afinal não estou só
Pois partilhamos a mesma dor
Sabemos o mesmo sofrer
E por isso estamos
Do mesmo lado do querer.
Porquê, então, fugir ou negar
Fingir ou evitar?
Sendo dois, somos um só
Em inúmeras situações.
Juntos, fundidos, unidos
O mau carácter conseguimos superar.
Quando somos apenas um
Nada mais interessa,
O mundo, somos nós
E tudo pode parar!
Não te quero mais perder
Não preciso de te libertar
Temos todos os caminhos do universo
Para seguir
E somos livres para o partilhar.
Foi-se a mágoa e a incompreensão
Pois adjacentes havemos de ficar
Unidos pelo coração.


domingo, 12 de junho de 2011

Ciúmes


Sinto ciúmes...
Sinto ciúmes de ti,
pelo que não sei.
Sinto ciúmes de ti,
pelas mulheres que que tiveste
E eu não conheço
Mas me criam tumulto.
Sinto ciúmes de ti,
pela estrangeira que te quer,
pela estranha que te persegue
pela viúva que te seduz
com falsos afectos,
pela outra que te tenta comprar.
Sinto ciúmes de ti,
pela tristeza que sentes
E que sempre te acompanha
Estando contigo mais tempo
Do que eu.
Sinto ciúmes de ti,
pelo silêncio pelo qual que me trocas
Sinto ciúmes de ti,
pelo que dizes sentir por mim,
pelo ar que respiras,
pela noite que te acalma,
pelos dias perdidos,
pelos dias que virão...
Sinto ciúmes de ti,
porque tenho medo
Que te vás ou que nunca venhas,
porque esta insegurança
Me consome e me estupra
Porque o amor
É agora violento,
Irracional, profundo, imenso...
Quero apenas que saibas
Que sinto ciúmes de ti...
Por isso,
abre-me o mundo
E mostra-me que estou errada!

Solidão




Com o passar do tempo, acaba por ser mais fácil estar sozinho porque se aprendemos que precisamos de amor para viver, o que fazemos quando não o temos? Como sobrevivemos a isso? Sobreviver, será, certamente, pior do que a morte, porque com a morte, tudo acaba e a dor também... e não  o ter dói para sempre!

domingo, 22 de maio de 2011

Perguntas que doem



Olho-te e quase não te reconheço. Pergunto-me onde está o homem que eu antes conheci, o que é feito do teu vigor, do teu viço, da tua garra?!
E dói-me olhar para ti, sofro o teu sofrimento, as tuas dores.
Há muito que os teus olhos perderam o brilho de outrora, a aliciante malícia de quem pode tudo na vida. Hoje estão baços, mortiços e embora já tenham visto quase tudo o que podia ser visto, escusam-se a olhar e a aceitar certas coisas.
Minguaste, ao longo dos anos. O teu corpo cedeu, a tua saúde fugiu e agora... depois de toda uma vida de luta, resta-te um corpo doente e com o qual cada vez menos te sabes movimentar.
Tudo isso me fere, me magoa, me revolta. Sinto-me impotente pois nada posso fazer a não ser continuar a assistir, impassível, ao declínio continuado.
Quero ser forte, porque tenho que ser forte, mas... as lágrimas não se contêm e saltam-me em torrentes incontroláveis. Não o faço à tua frente, para não te entristecer mais ainda. Junto de ti, sou um pilar de força e de boa disposição e tento usar, a custo, humor de ocasião.
És dos poucos homens que ainda me faz chorar porque todas as defesas que eu creio ter construído, contigo caem por terra.
Vou continuar incondicionalmente ao teu lado, a amar-te da forma intensa como o tenho feito até agora.  E vou continuar a sofrer, baixinho, isolada, para que tu não o saibas.
Esforço-me por compreender e por aceitar este curso doloroso e inevitável da vida, mas não consigo!
E pergunto-me, em jeito de revolta, porque tem que ser desta forma?
E pergunto-me, o que é que a vida fez do meu pai????

domingo, 5 de outubro de 2008

Amor é...


"Amor é: caminhares comigo à beira-mar, estando atento aos meus passos para que eu não tropece e caia."