De quando em quando sinto-me vazia.
É cíclico e, ao que parece, inevitável.
Esvaziam-me por dentro, deixam-me oca e incapaz do que quer que seja; isto até recuperar, até me encher, até me regenerar... e esperar que volte a acontecer.
A única coisa que consigo sentir é o desconforto de ser como sou, a múltipla inutilidade de ser quem sou e a tristeza de ter eu própria que enfrentar as consequências da minha frontalidade.
Aliado ao meu esvaziamento caminha sempre um sentimento de impotência, de incompreensão e de desfazamento relativamente à realidade que me circunda.
E nessas alturas... nestas alturas, nem as palavras nem a partilha me confortam ou alegram.
Mas sei que sou como as árvores, que tenho as minhas raízes fortes, que as minhas folhas caem mas que um outro dia elas voltarão a crescer e a ficar verdes pois, apesar de tudo, não vou permitir que me derrubem!
Afinal... as árvores morrem de pé!!!