terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Internet


Inventámos uma nova forma de estar na vida através da Internet.

Com ela ligamo-nos a tudo e a todos e viajamos pelo mundo sem nos ligarmos a nada ou a ninguém e sem saírmos do mesmo sítio.

Inventamos também, alguns, pessoas que não somos, mas que possivelmente gostariamos de ser porque soltamos o outro "eu" que existe dentro de nós.

Quanto a mim, prefiro ser eu o tempo todo e não brinco ao "faz-de-conta", com as consequências que isso possa acarretar.

Na Internet fazemos amigos a quem nunca vimos ou veremos cara a cara, arranjamos inimigos, zangamo-nos, rimos e choramos, experimentamos sentimentos novos porque também eles criados através do virtual...

Estes são os frutos do nosso tempo, mas devemos, contudo, ter algum cuidado com tudo isto porque se tal não acontecer podemos saír magoados sem ser virtualmente e então sentir-nos-emos no deserto e não haverá "net" que nos valha!!!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A Esperança e Eu


Não nos devemos perder na armadilha da Esperança, 
na ilusão de que a suposta ajuda vem de fora, 
que é o "outro" que pode preencher o nosso aparente vazio.

O "preenchimento" é sempre interno e só quando estivermos plenos de nós e em nós, 
poderemos ser felizes
e pensar noutro tipo de esperança...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Sonhos


Vivemos sempre à volta dos sonhos. É inevitável, mesmo quando não o admitimos.

Primeiro talvez dos sonhos dos nossos pais, daqueles sonhos que sobraram deles ou que faltaram ser concretizados por eles próprios... então, quando isso acontece, somos forçados, de algum forma, a alcançar o que lhes ficou em suspenso...

E vamos então, em simultâneo, formulando os nossos sonhos, esforçando-nos por edificá-los para que eles não se percam nem sejam esquecidos ou se desvaneçam nas teias das nossas dificuldades e impossíveis.

Temos depois os nossos filhos e, por algum motivo (ou por vários) começamos a ter sonhos nossos para eles, projectando nas suas vidas a concretização de sonhos que foram nossos mas que não vivemos e não atingimos: faltou-nos o tempo, a coragem ou a oportunidade.

Inevitavelmente, porque não passaram disso (de sonhos!!) um dia "acordamos" e damo-nos conta que os sonhos apenas foram isso mesmo, que não se concretizaram ou que andámos a viver os sonhos de outros ou que quisemos que alguém vivesse o nosso sonho.
E vem a dor, um acordar forçado, abrupto e difícil de aceitar.


Valerá a pena sonhar inventando desejos e projectos???
Creio que sim pois a ilusão também faz parte da realidade da vida.
Quando deixarmos de sonhar, por e para nós ou mesmo por e para alguém que amamos a nossa vida tornar-se-á certamente mais inobjectiva...
Vamos sonhando...