quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

My dream

My dream is a place
Without a name or a face;
My dream is someone
So hot as the sun;
My dream is an occupation
Without a career but a great motivation;
My dream is a rainbow
A shell, a memory, a ball of snow;
My dream... is to be free,
to feel,
to conquer
and to win,
To seduce,
to ride the emotions
locked inside my heart
To live all, before I dye!
My dream...
My dream is to fly!


JC - Inédito

domingo, 24 de novembro de 2013

I know her

I'm sure I know her
I can recognize when she's coming
I know her signs
I know her smell
I know her pain.

However, I can't move a finger
To stop her
To tell her how much I hate her
And yet,
How much I need her...
Just for me
And for nobody else.                                                                                                                                                                         Foto retirada da net - autor desconhecido
She's stealing me everyone that I love
Everybody that I need
Everything that belongs to me.

I don't know how longer
I'm going to resist her
I'm going to stay here
Without looking for her
Because
Right now
I need her
And I smell like her
Just because
I'm no longer alive!

I'm sure I know her!


JC - Inédito


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Folhas

As folhas do livro da minha vida
Que deviam estar por escrever
Estão já todas escritas
Pelo que eu nada posso fazer.

A minha história está escrita e destinada
E em nada a posso mudar.

Mas não assisto pacificamente
À passagem dessas folhas
Pois cada uma que passa
É uma luta que travo
Com o mundo
E comigo própria.

Não posso ser autora                      Imagem retirada da net
Da vida que vivo diariamente
Limitaram-me a ser personagem secundária
Sem grande envolvimento.

Sou, assim, apenas figurante
Na grande odisseia da minha vida.

E cansada de tentar escrever
Um guião entre linhas já escritas
Não há realizador que me queira
Nem público que me saiba conhecer.

Sou, por isso, um fracasso
À partida,
Sem presente nem futuro
Que pretenda
Mas onde um passado
Me guilhotina qualquer movimento.
Para quê, seguir então, este vil guião?

As forças vão-me faltando
E a vontade, essa também
Deve ser inexistente
Nos anexos das minhas páginas imerecidas.

Pereço, então, com muita dor
Neste palco sem entendimento
Por este guião sem um bom argumento
Por este público sem amor!

JC - Inédito

domingo, 3 de novembro de 2013

De costas voltadas

Afinal não partiram simplesmente
Da forma cruel que considerei
Apenas desistiram de mim
De um maneira que nunca ponderei.

Cada um de sua vez
De um modo que jamais aceitei
Até que não restasse ninguém
Mesmo quando procurei
Insisti e desejei.

E se por um lado a casa esvaziou
Mesmo sempre que precisei
Por outro, a lista aumentou
E a dor... a dor comigo acabou.

Hoje não vivo
Embora ainda me restem sentimentos
Estou morta por dentro
Há já muito tempo
Possuo uma cobertura por fora
Para encobrir uma mentira
Que escondo a toda a hora.

Não é fácil estar assim
À espera que ela venha
Mas não vou dar a ninguém
A oportunidade da minha lista aumentar
E a mim, de novo poder magoar.

JC - Inédito

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Triste aniversário





Sinto ainda o último beijo que te dei
E sei que me roubaram à força de junto de ti.

Recordo bem a tua tez macilenta,
Os teus olhos cerrados,
Os teus lábios igualmente fechados,
As tuas mãos escondidas,
O teu corpo inerte.

Ainda assim, queria abraçar-te,
Dizer-te mais mil vezes que te amava,
Que te amo,
Que te amarei para sempre...
Que queria ir junto a ti.

Foi tudo devastador e demasiado rápido!
Subitamente eu tive que te deixar...
Puxaram-me,  esconderam-te, levaram-te.
O sol batia-me no rosto
Mas eram as lágrimas que me queimavam.

Via tudo turvo, mas soube que estavas lá no fundo
Queria atirar-me também...
Ficar contigo, apenas isso.
Contudo, a cobardia não mo permitiu.
Agarrei-me com toda a força à minha mãe
E, em vez de mim, ofereci-te um cravo branco.

Faz hoje dois anos...
Mas, para mim, acabou de acontecer
E a dor que sinto, ainda é a mesma!!


JC - Inédito



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Partida

Fecha os olhos também
Dá-me a mão e vem comigo
Não foste tu que me trouxeste aqui?
Pois bem, está na hora de irmos as duas
De seguirmos o mesmo caminho
Devagar, sem pressas,
Vamos encontrar o que ambicionamos.

Quando me trouxeste
Eu não era mais do que uma coisa
Pequena, sem importância e sem querer
Hoje, sou grande, tenho querer
Mas continuo sem importância.
Somos as duas quase da mesma idade
E eu já sou maior do que tu
Embora permaneça menor
Pois nunca atingi a tua grandeza.

Cumprimos a nossa missão.
Plantámos as nossas sementes
Colhemos os nossos frutos
Que eles próprios deram frutos
E os seus frutos deram mais frutos.
Agora ... Já cá nada fazemos
Podemos e devemos partir.
Estamos cansadas da nossa existência...
Exaustas!
Vamos ter com quem nos espera
Porque a demora tem sido grande
E a saudade ainda maior.
Vamos partir!

Dá-me a tua mão e acompanha-me
Em mais esta jornada
Como fizeste ao longo de toda a vida
Fá-lo-ás também, rumo ao infinito!
Anda comigo porque te amo!
Estás preparada?
Vamos então, com uma lágrima ao canto do olho
E um último sorriso nos lábios!!

JC -  Inédito
Foto retirada da net



domingo, 28 de julho de 2013

À espera...

Cruzei hoje o céu de lés a lés
E não te encontrei (serias tu uma das nuvens brancas?).
Ao longo de todo este tempo
Ainda não me enviaste um único sinal:
Nem um toque,
Nem um sopro,
Nem uma palavra ou um sussurro,
Nem um suspiro,
Nem uma fragrância,
Nem uma luz,
Nem uma simples imagem...
Partiste para todo o sempre
E não te despediste de mim.
Foste indo, devagar, devagarinho
Até que não voltaste.
Nada!
E eu fiquei sempre, estupidamente,
À tua espera... à espera de um sinal teu
De um sinal que não me queres dar.
Pensava que era especial para ti
Pensava ser a “tua menina”...
Mas enganei-me.
Outra dor que me deste.
Não deixo de te amar por isso.
Quero apenas encontrar-te
Saber onde estás e por onde andas
O que fazes e quem vês, com quem te encontras...
E saber quando posso ir ter contigo...
porque não aguento estas saudades que me consomem
Por dentro e por fora.
O tempo não mitiga a dor: dilata-a!
Porque não te vi eu quando atravessei o céu?!
O que é feito de ti?


JC - Inédito

sábado, 27 de julho de 2013

O Pior Medo é o Medo de Nós Próprios

“O medo é muitas vezes o muro que impede as pessoas de fazerem uma série de coisas. Claro que o medo também pode ser positivo, em certa medida ajuda a que se equilibrem alguns elementos e se tenham certas coisas em consideração, mas na maior parte dos casos é negativo, é algo que nos faz mal. (...) O pior medo é o medo de nós próprios e a pior opressão é a auto-opressão. Antes de se tentar lutar contra qualquer outra coisa, penso que é importante lutarmos contra ela e conquistarmos a liberdade de não termos medo de nós próprios.”

José Luís Peixoto, in 'Diário de Notícias (2003)


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Quarto escuro



Permaneço, para além do tempo
E do espaço
Neste quarto escuro e exíguo
De portas para sempre fechadas
De portas seguramente já mortas
De janelas desde sempre ilusórias
De alçapões não encontrados.

Tudo se fechou neste quarto da vida
Sempre que pretendi continuar em frente
Longe de toda a gente
Que não passou de um mero invento.

O ar já não corre
E a cada minuto de tempo que passa
São horas reais intermináveis
Nesta imunda fossa  não cavada
Em direcção à liberdade
Sempre ansiada.

Quem afirmou que ao ser
Fechada uma porta
É aberta uma janela?
Certamente foi alguém
Que ignora a ergonomia
De um imóvel moribundo
Que não sabe o que é viver
A agonia de ainda estar viva.

Não é o fim, certamente
Porque o terminus verdadeiro não chega
Pois tudo se prolonga
Em dolorosa
Delonga.

Agora,
depois,
para sempre,
mesmo para além da morte
Mesmo para além da terrena vida
Continuarão as tempestades do meu deserto
Nele
Quente ou frio
Mas sempre tão incerto
Muito longe do que, simplesmente,
Poderia ser perto
Muito distante da ideia madura, tão pura...
Oh, tão pura!
Tão simples, tão ingénuo
Que no meu coração
Poderia, inocentemente
Viver para sempre.

Permaneço, contra vontade
Neste exíguo quarto escuro
Sem saída
Sem portas
Sem janelas...
                          JC - Inédito

domingo, 30 de junho de 2013

DESdita

Finjo ainda que vivo
Pedaços de uma felicidade que não tenho.
Vem sempre emprestada
Vestida de pedaços de nada
E extingue-se quando
Abro bem os olhos
E constato que não é minha.

Não é felicidade
É dor fingida de alegria
E assim que a verdade se faz dia
É descoberta
A mesma triste realidade.

E os balões de soro
Que antes me alimentavam
Rebentam agora
Sem sentido e extemporaneamente
Causando-me outras feridas
E outras maleitas
Inesperadas e desconhecidas
Outras fomes, agora insatisfeitas.

Roubaram-me quem eu era
Por isso já não sei quem sou
Sei que dói
Sei que a voz mesmo calada
Não acerta
Que o acto mesmo sem ser feito
É incorrecto.

Dói-me o peito
Dói-me a dor
Já não sei o que fazer.
Não tenho para onde ir
Onde me abrigar
A quem me dirigir.
Resta-me a dita,
Tão certa mas tão tardia.
Quero tê-la
Quero vê-la
Hoje, oh, já hoje
Agora, à noite
Antes que a brisa quente
Traga o ar de dia!!!

                JC - Inédito

domingo, 31 de março de 2013

Pegadas




Contra a minha vontade e seguindo os alvitres
Deixei de lado os sentimentos
Os sonhos e as saudades,

Os amigos, os desejos e as vontades
E tentei esquecer todos os anteriores momentos
As dores e os sofrimentos
Do passado que vivi
Da vida que me fez
Das experiências que era,
Para começar tudo de novo.
Mas… se começo tudo de novo
Como sei quem sou
Como sei para onde vou
O que quero e o que procuro
O que aprendi e o que não quero repetir
Quem conheço e quem me marcou
Quem me ignorou e quem me amou?
Com sei qual o caminho a seguir
Como sei se ainda devo fugir
Como sei o que devo sentir?
Agora, neste momento ainda não conheço as cores
Os sons bonitos ou os belos odores
Mas já sei que me sinto vazia
Já percebi o que é a escuridão
O frio e a solidão
O amargo da mentira
E o podre da traição.
Deverão eles fazer parte desta minha nova vida?
Quem sou eu? Onde estou? Para onde vou?
Quem roubou o meu ser ou quem me anestesiou?
Não adianta distrair-me
Pretendendo ser o que não sou
Desejando esquecer o que não consigo
Querendo mudar o imutável.
Sigo então neste caminho já trilhado
Neste destino já traçado
Com um passado que se prolonga
E sem futuro que se vislumbre
Num presente dolente que nunca termina
Numa dor infinda que apenas a negrura ilumina.
E assim, sei quem sou
O que fiz, onde estou
Mas não para onde vou
Porque não há desígnio para mim
A não ser o que conheço…
E talvez o único que mereço!

               JC - Inédito