terça-feira, 12 de maio de 2009

Animais VS Pessoas


Já tenho meditado várias vezes sobre este assunto; já tenho deixado transpirar, outras tantas, muito do que penso e sinto acerca do mesmo; parece-me até que já estou meio vacinada para as situações, que já vi e vivi quase tudo o que ainda me poderia causar espanto.
Engano o meu!!
Contínuo a espantar-me e a ficar surpreendida com a atitude pequenina de algumas pessoas, mas, sobretudo a ficar magoada com essa mesma atitude.
Por mais "perfeita" que queira ser (afinal... o que é isso da perfeição???), por mais discreta e neutra que seja a minha presença, o meu estar e participar na vida da comunidade em que me insiro, nunca o consigo e acabo sempre por ser alvo de conversas (vulgo falatório ou, melhor falando, de coscuvilhice); mesmo nada fazendo, comportando-me de forma correcta (como sempre o faço, como princípio de vida) sou alvo de críticas, de falazares.
Pergunto-me ainda e no entanto, o que confere às pessoas esse direito?
Gostaria que essas pessoas, todas elas necessariamente com vidas imperfeitas, cheias de buracos e de telhados de vidro, me dissessem porque não se limitam à temática sugerida pelas revistas coloridas e das novelas das quais tanto gostam?
É que, dessa forma, com o espírito e as línguas ocupadas por esses assuntos, não teriam espaço para me chatear, aborrecer, comentar...
Reflectindo melhor, afinal o que eu sinto por essas pessoas é dó, é comiseração pela sua pequenez de espírito; elas não são mais do que umas coitadas, cínicas sem dúvida, que se ocupam da vida dos outros a fim de esquecerem a sua própria vida, também ela cheia de defeitos (porque humana, sem dúvida!) e muito vazia de conhecimentos, sentimentos e acontecimentos...
E então, se Ele lá estiver em cima em observação, perdoar-lhes-à... pelo menos é essa a minha vontade.
No entanto, apraz-me dizer que, quanto mais conheço as pessoas e mais lido com elas, mais gosto dos animais, esses sim, puros e dedicados incondicionalmente, constantes no seu amor, sem maldade e sem línguas afiadas!!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

E agora?


E agora? Agora... o que hei-de pensar, dizer, sentir?

Ando por ali (por opção consciente) desde 88. Apesar de tudo tomo-o também um pouco por "meu" (sim, temos a mania da posse, eu sei), passo nele todos os dias, para baixo e para cima sem problemas, sentindo-me "segura" porque todos os que nele habitam (ou alguns que informam os todos) me conhecem, porque não sou persona non grata. porque apesar de todas as suas imperfeições consigo gostar deles e de os tratar com respeito (quando mo merecem e me tratam da mesma forma), porque ao longo de todos estes anos sempre lhes dei o meu melhor para os ajudar e para contribuir para o seu crescimento enquanto pessoas e para a sua integração numa sociedade também imperfeita...

Sempre, ainda que de uma forma velada, os defendi à minha maneira, tentei percebê-los e desculpar os muitos dos seus actos incorrectos... entrar um pouco nas suas vidas vazias porque sem objectivos, porque sem princípios, porque sem condições, porque sem amor...

Mas agora é isto: coktails mollotof, tiros a torto e a direito, agressões, carros incendiados, desrespeito às figuras (todas) de autoridade...

Agora sou eu que estou triste e revoltada, que não lhes tenho respeito porque estão a desrespeitar tudo e todos; sou eu que sinto a injustiça das gentes que reclamam sem saber exactamente o porquê, que estão a ripostar apenas para não aceitarem o que é óbvio, o que é correcto...

Não tenho medo de ser apanhada por uma qualquer bala perdida; não tenho medo que me incendeiem o meu velho carro; não tenho medo que me apedrejem ou agridam à facada...
Tenho medo e isso sim, que estes "jovens" estejam irremediavelmente perdidos para a sociedade e que o "futuro" que eles podiam ser, não chegue a acontecer.

Mas... em que parte (remota certamente) é que todos falhámos?

E agora? Qual vai ser o caminho... Agora... o que hei-de pensar, dizer, sentir?
Onde está afinal a bela vista prometida?